Estamos estreando uma coluna nova no Adoro Romances de Aracaju - De frente com Faby - (chique demais não é kkkkk) .... Onde vamos conhecer um pouco mais os autores, leitores e blogueiros do nosso universo literário.
E para abrir com chave de outro temos a entrevista concedida pela autora do livro Garota Tempestade (confira a resenha AQUI) Nicole Peeler que respondeu a algumas perguntas que a querida editora Valentina enviou pra ela, assim como algumas perguntas dos blogueiros (a minha não esta aí porque perdi o prazo de enviar, mas várias curiosidades minhas sobre a série foram respondidas pela Nicole).
Conheça um pouco mais dessa autora que me encantou com seu humor nessa série que cativou há muitos leitores do tema sobrenatural.
– Você usa um monte
de referências pop. Quais são seus programas de TV favoritos,
desenho, filme, música e revista?
NP:
Eu só FALO do mundo pop. A verdade é que sei muito pouco de cultura
pop. Nunca vejo TV, e raramente vejo um filme. Escuto muita música,
mas a maioria é meio alternativa. A única revista que leio, se é
que pode chamar de revista, é a New
York Review of Books. As
referências eu acabo pegando com meus alunos. Não me exponho muito
à cultura pop porque senão ficaria viciada.
– Jane True é seu
primeiro livro publicado no Brasil. O que você sabe sobre o nosso
país? Você planeja ou gostaria de vir nos visitar?
NP:
Eu adoraria visita-los, mas admito que conheço muito pouco sobre o
Brasil. Definitivamente amaria visitá-los. Já escutei que é
maravilhoso e eu AMO viajar. Então me chamem quando quiserem!
– É muito comum na
literatura moderna personagens que possuem poderes sobrenaturais ou
podem mudar de forma, mas normalmente se usa animais como pássaros
ou lobos, algumas vezes até morcegos. De onde veio a ideia de usar
uma foca? Porque a foca? Que poder uma foca poderia ter para fazer a
Jane ser tão forte?
NP:
Eu tive uma aula de mitologia Céltica quando estava no ensino médio
e me apaixonei pelos selkies. Eles são trágicos e bonitos, além de
uma ótima metáfora para a mulher jovem que se sente presa entre
dois mundos, o que é mais ou menos o que a Jane sempre foi. Quanto à
força, eu queria escrever o oposto à heroína fodona. Eu acho muito
fácil ser corajoso quando se tem anos de treinamento e máquinas
poderosas à sua disposição. Mas ser corajoso quando se é
vulnerável? Isso é a verdadeira coragem, e as mulheres mostram esse
tipo de resiliência todos os dias. Eu queria recompensá-las por
isso.
– Anyan e Jane serão
mais que amigos? E a rivalidade entre Ryu e Anyan tem alguma coisa a
ver com uma mulher no passado? Se sim, ela vai aparecer algum dia?
NP:
Ooooh, isso são spoilers! Vocês descobrirão mais nos próximos
livros, prometo!
– Atualmente no
Brasil temos muitos novos autores escrevendo fantasia. Você conhece
algum? Tem algum conselho para aqueles que estão tentando escrever?
NP:
Meu maior conselho é: ESCREVA! Não se preocupe se é ruim,
simplesmente escreva. Quando você tiver muitas páginas, aí você
pode voltar e consertá-las, fazê-las melhor. Mas você não pode
melhorar alguma coisa que não está no papel. Então escreva,
escreva e escreva!
– Por que o Complexo
está localizado no Canadá? É uma piada? Não poderia ser em outro
lugar?
NP:
Sempre achei engraçado como tudo acontece nos EUA, tanto nos livros
como nos filmes. Alienígenas sempre invadem os EUA, vampiros sempre
tentam dominar o mundo começando por Manhattan. Então eu tentei
fazer coisas importantes acontecerem em outros lugares. Além disso,
meus seres sobrenaturais não têm as mesmas fronteiras que os
humanos, então eu criei o Complexo no Canadá. E Jane ama poutine*,
então deu tudo certo.
*Comida
típica canadense
PERGUNTAS DOS BLOGS AMIGOS
- Gabrielle Alves, do blog Livros e Citações (http://www.livrosecitacoes.com)
–
O que te inspirou para fazer personagens tão diferentes, não
só fisicamente, mas com personalidades tão exuberantes e doidinhas?
Nicole
Peeler: Sempre fui atraída por
pessoas com muita personalidade, que enxergam o mundo meio diferente.
Então usei as características dos meus amigos para criar os
personagens do mundo da Jane. Tenho sorte de conhecer muitas pessoas
brilhantes e doidas ao mesmo tempo.
- Camila Palmeira, do blog Daily of books (http://dailyofbooks.blogspot.com.br/)
- Dos personagens
masculinos que você criou, qual o seu favorito? Algum deles foi
inspirado em algum homem “real”?
NP:
Eu fiquei muito surpresa em ver como as pessoas gostaram do Gus, o
espírito de pedra. Ele está virando um Cult e já tem muitas fãs.
Mas o meu favorito para escrever é o Ryu. Ele é um pegador,
divertidíssimo. E eu definitivamente já namorei mais que alguns
Ryus na minha vida.
- Fernanda Cagno, do blog Brilho das Estrelas (http://brihodasestrelas.blogspot.com.br)
– O que te fez querer
ser uma escritora?
NP:
Eu fui inspirada pela Sookie Stackhouse, escrita pela Charlaine
Harris. Li no avião e pensei “Posso fazer isso.” Quando voltei
para casa, criei a Jane. Foi bem louco. Seis meses depois eu já
tinha um agente, e logo após tínhamos
vendido nosso primeiro livro.
- Luciana Zuanon, do blog Apaixonada por Romances (http://www.apaixonadaporromances.com.br)
- Que outros projetos
você está trabalhando e que gostaria de nos contar?
NP:
Estou trabalhando em dois novos projetos. O primeiro é uma fantasia,
mas é mais uma história alternativa que urban fantasy. E o outro é
um mistério paranormal. Em breve teremos novos anúncios, se tudo
der certo.
- Luisa Garrozi, do blog Fome de Livros (http://blog.fomedelivros.com.br/)
–
Quais autores você admira e por quê? E quanta pesquisa teve que
fazer para criar um mundo tão diferente? Quais fontes você usou?
NP:
Eu admiro muitos autores. Nesse momento, minha heroína é Elizabeth
Peters, que também escreve como Barbara Michaels. Ela é uma
egiptóloga que escreve mistérios e romances góticos. Eu amo os
livros dela. Quanto à pesquisa, eu fiz um monte, mas foi tão
divertido descobrir sobre essas criaturas que não foi um trabalho
chato. Para encontrá-las usei muito a internet, mas também tenho
alguns livros que são enciclopédias de seres mitológicos – foram
bastante úteis.
- Danilo Barbosa, do blog Literatura de Cabeça (http://literaturadecabeca.com.br)
-
O que você acha que leva o leitor a gostar de fantasia? Acha que
este gênero é um modismo ou algo que perdurará?
NP:
Eu acho que sempre existiu. Pense sobre Drácula, Frankenstein e
Viagens de Guilliver. Ainda cito a mitologia que existe dentro da
história humana. Nós sempre gostamos de elementos fantásticos na
ficção e acho que sempre gostaremos.
- Andréia Bittencourt, do blog Mon Petit Poison (http://www.monpetitpoison.com)
-
Geralmente vemos a protagonista ter entre 16 a 20 anos, por
que subir a idade da protagonista para 26? Queria fugir
desse estereótipo ou tinha algo (ou vai ter) que impediria
de ser contado se fosse mais nova?
NP:
Eu queria que a Jane tivesse idade suficiente para que suas decisões
fossem importantes, mas ao mesmo tempo em que ainda fosse jovem o
bastante para ser inocente. Também queria que a infância traumática
fosse relativamente recente, mas que já tivesse amadurecido a ponto
de conviver bem com o passado.
- Larissa Zorzo, do blog Another Words (http://anothersimplewords.blogspot.com)
- Achei o livro genial,
e Jane True me encantou! Assim como ela, você adora nadar no mar? E
qual a sua relação com a água?
NP:
Eu amo nadar no oceano, apesar de ter crescido nadando em piscinas,
já que nasci em Illinois. Meu sonho é algum dia viver perto do
oceano de novo. Eu visitei Eastport, no Maine, e achei absolutamente
fantástico.
- Juliana Pâmela Giacobelli, do blog Praticamente Inofensivo (http://www.praticamenteinofensivo.com.br)
- Você tem algum ser
mitológico preferido? E podemos esperar ainda mais seres
sobrenaturais que ainda não conhecemos para as seqüências?
NP:
Tem um monte de criaturas sobrenaturais em todos os livros e tentei
colocar alguns extras a cada volume da série. E amo todos eles, mas
os selkies têm um espaço especial no meu coração, por muitas
razões.
- Rosana Gutierrez, do blog Livrólogos (http://livrologos.com.br)
– Como é o seu processo criativo? Você tem alguma metodologia?
Prefere escrever ouvindo música, por exemplo? Ou você deve parar
tudo e só escrever?
NP:
Minha única metodologia real é que tenho um deadline,
um prazo de entrega. Faço um plano detalhado antes de escrever, mas
tudo acaba sendo feito na adrenalina do último minuto, já que meu
dia é bem ocupado, sendo professora e autora.
–
Você sempre quis ser uma escritora? Os seus pais e familiares
apoiaram sua decisão?
NP:
Eu sempre amei ler, então sonhava em ser uma escritora... Mas eu
também sonhei em ser um piloto de avião e uma arqueóloga. Então
ainda estou surpresa que acabei onde estou, para ser honesta. E minha
família sempre me apoiou. Ajuda, também, que eu tenho um emprego de
professora. É duro ganhar a vida atualmente sendo autor.
- Irene Moreira, do blog Saleta de Leitura (http://saletadeleitura.blogspot.com)
- A Jane é uma
personagem sexualmente liberada e sem preconceitos, sou apaixonada
por esse jeitinho dela e acho importante que haja personagens assim
na literatura, acho-os necessários para construir um mundo menos
preconceituoso. Mas aqui no Brasil, por exemplo, existem muitas
pessoas preconceituosas que criticam a homoafetividade, sexo fora do
casamento e sem intenção de reproduzir, por exemplo. Você já foi
hostilizada ou sofreu alguma crítica por parte dessas pessoas, por
ter construído uma personagem tão livre?
NP:
Eu sempre levei a vida a mil e fui aberta quanto a valores. Por
sorte, nunca sofri com isso. Sou privilegiada, pois tenho ensino
superior, venho da classe média, sou branca e etc. Isso significa
que consigo me defender. Além disso, as pessoas já me respeitam
mais por causa de onde nasci e como fui criada. Então eu tento usar
esses privilégios para falar por aqueles cujas vozes estão
reprimidas. Acho que os livros da Jane são um pouco políticos, até
porque não falam da luta de ser uma pessoa diferente, mas do prazer.
Mostram que existe uma forma diferente de viver, fora dos padrões,
digamos, caretas. Obrigada pela ótima pergunta.
- Thaís Cavalcante, do blog Pronome Interrogativo (http://www.pronomeinterrogativo.com)
–
Porque você escolheu o Old Sow como ponto de partida?
NP:
O Old Sow é o motivo que todo autor deve pesquisar. Eu queria que a
Jane nadasse perto de alguma coisa realmente perigosa, porque ela
tinha que perceber que sua natação não era “normal”. Então eu
comecei a pesquisar sobre o oceano perto do Maine e encontrei o Old
Sow. É real, mas não poderia ser mais esquisito se fosse inventado.
Um vórtice mortífero, no meio do oceano, nomeado em homenagem a um
porco? Sério? Eu amei a ideia e usei. E praticamente se tornou um
personagem na história.
- Kel Costa, do blog It Cultura (http://www.itcultura.com.br)
– A Jane vai encontrar a mãe? E como isso vai mudar a relação
com o seu pai?
NP:
Oooooh, isso é spoiler! Terá que esperar até o livro 3 para
descobrir. É a vida!
E ela encerra essa entrevista deixando a gente com a maior expectativa para a sequência da série, adorei conhecer um pouco mais do que está por trás da autora, afinal é assim que as histórias que amamos são criadas.
Espero que assim como eu, vocês tenham gostado e deixo de antemão avisado que a nossa próxima entrevistada é uma blogueira que todos amam (surpresa é claro!) kkkkkk.
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