2 de novembro de 2013

Acabei de ler: Corações Feridos - Louisa Reid


Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas, mas muito diferentes. Enquanto Hephzi é linda e voluntariosa, Reb sofre da Síndrome de Treacher Collins — que deformou enormemente seu rosto — e é mais cuidadosa.

Apesar de suas diferenças, as garotas são como quaisquer irmãs: implicam uma com a outra, mas se amam e se defendem. E também guardam um segredo terrível como só irmãos conseguem guardar. Um segredo que esconde o que acontece quando seu pai, um religioso fanático, tranca a porta de casa.

No entanto, quando a ousada Hephzibah começa a vislumbrar a possibilidade de escapar da opressão em que vive, os segredos que rondam sua família cobram-lhe um preço alto: seu trágico fim. E só Rebecca, que esteve o tempo todo ao lado da irmã, sabe a verdadeira causa de sua morte...

Hephzi sonhara escapar, mas falhara. Será que Rebecca poderia encontrar, finalmente, a liberdade?


"Nota Pessoal"

É muito difícil falar o que senti neste livro, raiva, inconformidade, sensação de impotência...
E tudo porque odeio injustiças e odeio que as pessoas se aproveitem de quem são para fazer mal a outra pessoa e isso vemos muito neste livro, tenho uma sensação de pesar dentro de mim ao lembrar de certos trechos deste livro para fazer esta resenha espero que eu consiga transmitir isso para vocês, queridos leitores.

O livro é narrado por duas pessoas: Hephzi e Rebecca que são gêmeas. Hephzi é linda e vivaz e Rebecca, uma pessoa que se esconde em si mesma, portadora de uma doença rara chamada de Síndrome de Treacher Collins.


São muito diferentes, porém unidas em tudo, até na dor, seu pai (se posso chamar essa pessoa assim) é simplesmente o maior mostro que eu já li este ano, Roderick se esconde atrás da insígnia de pastor da comunidade e age como se fosse o melhor ser na face da terra, mas não passa de um verme, uma pessoa sem alma e coração que torna a vida dessa família pior, mas mil vezes pior que um inferno.

Aí entra a parte que falei sobre as pessoas que abusam de quem são para poder machucar os outros, imagem viver em um lugar onde você tem de se "policiar" a todo segundo, onde a mera palavra dita pode ser motivo de um espancamento sem dó nem piedade e ainda por cima ter de aceitar tudo calada, sem poder ao menos chorar e viver isso por toda a sua vida, sem ter um momento de liberdade, viver regrada a rezar e implorar para que possa ter um dia calmo e tranquilo, gente isso é inconcebível, o pior é que imagino que existam "Rebeccas" neste mundo nosso, pessoas que sofrem e se calam diante disso, por medo e entendo isso, mas tem um momento que temos de DAR UM BASTA ou jamais poderemos ser consideradas pessoas livre de verdade.

Logo no primeiro capítulo vemos Rebecca narrando do enterro de Hephzi, sim, ela morre, mas como isso acontece vamos descobrir nos capítulos narrados por ambas, Hephzi que narra o "antes" e Rebecca que narra o "depois" Hephzi quer viver, ser livre e poder fazer as coisas que uma garota da sua idade faz como namorar, ter amigos, passear, mas esse direito sempre lhe foi negado, afinal seu pai achava que só ele não era "coisa do demônio" e tudo o mais era proibido, mas por um milagre, tanto Hephzi quanto Rebecca conseguem autorização para irem à escola, o que só acontece há muito custo, assim ambas sentem pela primeira vez, em seus 17 anos de vida, um pouco de liberdade, Hephzi aproveita ao máximo vivendo  e aprendendo tudo o que já deveria saber a há muito tempo, Rebecca por conta da sua doença se refugia nos livros, um lugar onde as pessoas não riem dela, nem zombam do seu jeito de ser.... Isso acaba afastando um pouco as irmãs, já que Hephzi se torna popular em pouco tempo e se encanta por um rapaz e aí a desgraça na vida dela começa e leva Rebecca junto com ela...

É um livro extremamente forte, fiquei admirada com tanta coisa que acaba sendo revelada no decorrer da história, além de serem muito fortes, são extremamente chocantes e me revoltei com o final, não por não ter sido bom, nas circunstâncias de um drama como esse, seria considerado bom, mas acho que faltou o verdadeiro clímax que seria vingar a Hephzi e a verdadeira libertação da Rebecca, afinal são tantos segredos e tantas coisas que acontecem com as duas, que achei que o castigo desse "pai monstro" deveria ter sido à altura.
Capa original  (super sombria)

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