20 de dezembro de 2010

Talentos Nacionais (01).

Apátrida - Ana Paula Bergamasco  
Editora Todas as Falas.

Irena nasceu na Polônia, no entre guerras mundiais. Cercada de esperança e sonhos.
Cresceu sob a turbulência política das décadas de 20 e 30 só século XX. Encontrou na primavera da sua vida um grande amor e amigo. Este permearia a sua existência.
A guerra, a religião e as conturbações sociais mudariam seu destino e a empurrariam numa avalanche de acontecimentos que transformariam de menina em sobrevivente.

"Nota Pessoal"

Você quer saber o quanto custa ser o que você é... E ser quem você é?
O que se perde em meio a uma guerra onde não existem vencedores, somente sofredores, que são tantos que é impossível de se contar?




Então você TEM de ler Apátrida!!!


É impossível não se sensibilizar com esse livro, a dor, sofrimento, as angustias, todo o terror que a Segunda Guerra Mundial causou a tantas pessoas, famílias inteiras dizimadas como se fossem animais, por motivos tão fúteis, ser judeu, não saber responder a um questão, ou por não responder da forma que os soldados queriam ouvir, por não serem arianos.
Ver as pessoas que você ama morrerem de fome, pois suas colheitas, lojas, rendas foram tomadas para suprir um exercito de matadores que não tem qualquer tipo de sentimento, que sentem prazer em ver o próximo sofrer, implorar, derramar lágrimas de agonia, medo, um terror tão grande que não pode ser descrito, imaginar ou pensar, e que a qualquer segundo pode ser a sua casa a invadida, e toda a sua família morta ou enviadas aos tão temidos campos de concentração (que na verdade era um abatedouro) de onde quase sempre não se saia com vida.

Fico imaginando se sabemos realmente a dimensão disso, será que temos um pouquinho sequer do conceito do que isso significou para tantas pessoas, da destruição que causou a tantas vidas??


Em Apátrida consegui imaginar um pouco disso (graças a Deus, pois se já com o que eu li fiquei horrorizada, nem consigo pensar como pode ter sido bem pior) não sei se seria tão forte quanto Irena, não sei como teria sobrevivido a tudo que ela passou, ver tudo o que ela viu, ou pelo menos acho que não sairia com a mente tão sã quanto antes, pois há momentos que ficaram marcados para sempre na vida dela


Você consegue visualizar de uma forma incrível, consegue perceber, sentir, viver todo o sofrimento dos judeus, poloneses, das pessoas que em algum momento viram tudo o que era amado ser perdido, é impressionante que mesmo assim, dá para observar que ainda há esperança de que em algum momento eles vão acordar de uma de suas camas feitas de tábuas e panos velhos e a guerra vai ter acabado, vão poder retornar aos seus lares e tentar reconstruir suas vidas, ou ao menos tentar, pois é um povo que é solidário, tem amor, fé de que tudo pode melhorar, e só por isso ainda continuam vivos, para poder viver o amanhã.


É um livro triste, mas real, chorei tanto e quando lembro se certos trechos, meus olhos enchem de lágrimas, é tão forte, mexeu demais comigo, que sou uma manteiga derretida.
Irena sofre tantas perdas ao longo de sua trajetória, mas se mantém firme, pois tem seus filhos para cuidar, e o seu grande amor a reencontrar. Em seu caminho encontra pessoas maravilhosas que mesmo em meio ao caus ainda tentam conservar um pouco de amor, compaixão, se não fosse dessa forma, acredito que ela teria sucumbido, mas é uma mulher super forte e lutadora, fraqueza em vários momentos, mas sempre busca força de onde não tem e continua a lutar, percebe que qualquer segundo de vida vale a pena e luta com todas as suas forças por ela.

Confesso que me apaixonei pelo Rurik, que homem maravilhoso e não consigo aceitar o que houve com ele (vocês vão ver).
Amei o livro, me fez ver que não damos valor as pequenas coisas da vida, um abraço de um ente querido, um sorriso, até mesmo um pedaço de pão, um pouco de água, um cobertor, e quando você se vê em meio a guerra, começa a ver essas coisas como a maior de suas fortunas, e Irena passa por tudo isso e transmite pra gente, o quanto somos pequemos e frágeis e que a qualquer momento, nossa vida pode ser tomada de nós, e para poder recuperá-la é muito difícil.

Alguns trechos que me emocionaram muito:


Existem momentos em que as palavras só aumentam a dor ou causam confusão. Outros, em que elas não completam o sentimento envolvido, então para que falar?

Pg. 102

Valeu a pena, ter sobrevivido?

Eu afirmei que sim com a cabeça. Ele coçou os olhos inchados de tanto chorar.
--- Pois para mim não. O único motivo pelo qual eu aceito viver é para realizar, anos após ano, as orações para a minha família e cumprir o desejo do coração da minha esposa. Nada mais. A esperança que tenho é da morte, pois da vida nada me restou, a não ser a angústia pelo o que assisti e tristeza pelo que vivi.

Pg. 128.
Simplesmente imperdível, fiquei super feliz em ter podido ler esse livro, me fez ver que infelizmente ainda existem pessoas que ainda guardam nobreza, dignidade, amor ao próximo e mesmo nas piores condições, fome, pavor, sede, cansaço, dor, podem ainda ter sentimentos nobres, que ainda tem vontade de ajudar uns aos outros (vários momentos assim são retratados em Apátrida).

Só posso dizer a autora: Parabéns!!!!!!
Você com certeza escreveu uma obra magnífica, que vai perpetuar por muito tempo. É o livro mais emocionante que li esse ano.

PS: Confira o site do livro aqui. Você vai encontrar fotos e vários textos ótimos.

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4 comentários:

  1. Estou com este livro para ler aki, mal posso esperar para ser a vez dele de ser lido!!!

    http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

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  2. Apátrida foi um livro que me tocou profundamente, quando lembro ainda consigo visualizar as cenas tão fortes do livro!
    Adorei e recomendo!

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  3. Não gosto muito de livros assim, mas esse parece interessante ^.^

    Beijos!

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  4. Estou com Apátrida aqui na minha estante esperando para ser lido!
    enho visto muitas resenhas positivas dele, não vejo a hora de ler, maaaas por ser um livro tenso vou esperar mais um pouco!

    Estou em um momento Chick-lit!

    beijooos

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